quarta-feira, 8 de outubro de 2008

RIO ...

Nossa existência lembra o rio á procura do mar.
Aparecem-nos pedras, barreiras e obstáculos.
Rio inteligente contorna, assimila, passa por cima, passa por baixo,
encontra sempre uma maneira de prosseguir.
Porque o mar chama, convida.
Porque o mar é a seu destino final.
Rio burro olha para a pedra, o desafio, a barreira.
O rio atinge as suas metas, porque aprende a superar dificuldades.
Continuar a navegar é perseverar quando a maioria desiste.
É saltar as águas, quando outros já ancoraram.
É mandar para longe a tristeza, fazendo um acordo com a paz.
Continuar a navegar é ter a certeza de infinitos, na coragem de
quem enfrenta o impossível.
É o mergulho fundo de quem atravessa a casca.
É insistir no válido e nobre, quando outros desesperam.
É colher trigo bom, num campo cheio de joio.
É ser jovial aos problemas,
paciente com os menos prendados,
afável com os mais velhos e irmãos de todos.
Continuar a navegar é construir templos de fraternidade, com as
pedras que jogam nos nossos telhados.
É suar a camisa quando a maioria já saiu de campo.
É recomeçar, cada dia, mesmo que seja sobre ruínas e cinzas.
Fixando as flores, esquecendo os espinhos.
Fazendo da vida uma oração.
Continuar a navegar é falar palavras mansas, florir ternura, onde
outros gritam.
É dar voto de confiança, onde a maioria não acredita e acovarda-se.
É divinizar o humano e espiritualizar o terreno, pendurando sorrisos
de alegria e gratidão até nos galhos secos do quotidiano.
É voltar às fontes da simplicidade, cultivando o silêncio como se fosse
um oratório, sempre e em tudo, com a profunda vontade de ser.
Cantar,
Crescer,
Servir
e
amar.

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